Nota de R$ 200, com o lobo-guará estampado, é divulgada; veja detalhes

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Cédula de R$ 200 entra em circulação nesta quarta-feira

A nota de R$ 200, com a imagem do lobo-guará, foi divulgada e já começa a circular nesta quarta-feira (2). Segundo o Banco Central (BC), será a sétima cédula da família de notas do Real. Serão produzidas neste ano 450 milhões de unidades. 

Lobo-guará

Escolhido para estampar a nota, em pesquisa realizada em 2001, o lobo-guará está na categoria vulnerável em relação à elevada ameaça de extinção. Segundo os biólogos, o animal precisa ser reconhecido, cada vez mais, pelos benefícios que pode trazer para o setor produtivo rural, valor ainda pouco contabilizado. 

Projetos colocados em prática com o lobo-guará mostram que é possível a convivência adequada entre preservação e agroindústria. Conscientização e ações equilibradas fazem bem para as plantações, para o animal a para os negócios.

Quem fará a impressão?

A impressão está a cargo da Casa da Moeda. De acordo com o BC, a impressão das notas de R$ 200 busca atender uma maior demanda por papel moeda, surgida entre a população durante a pandemia de coronavírus. 

A diretora de Administração do Banco Central, Carolina de Assis Barros, disse que o lançamento da nota de R$ 200 foi uma decisão tomada para evitar a falta de moeda em circulação no País. Segundo ela, as projeções do BC indicavam que numerário disponível poderia não atender demanda da população durante a pandemia.

“A pandemia trouxe consigo alguns desafios a mais, entre eles uma demanda excepcional da população por papel moeda. O BC percebeu que estávamos diante de algo inédito desde a criação do real em 1994. E épocas de incerteza, dinheiro significa segurança e famílias e empresas fizeram saques para acumular reservas”, afirmou. “Precisávamos agir preventivamente e com responsabilidade. Vivemos em um país heterogêneo, mas o dinheiro em espécie ainda é a base das transações no Brasil.”

A diretora revelou que o BC chegou a cogitar a importação de cédulas e moedas, mas não havia capacidade disponível de produção no mercado internacional. “Os cálculos do BC, em uma análise conservadora, estimaram necessidade de R$ 105,9 bilhões em cinco meses, além do programado para o ano. Para gerar maior volume em menos tempo, imprimir cédula de R$ 100 não seria factível, pois a capacidade da casa Moeda já estava inteiramente contratada para 2020”, acrescentou. 

Tentativa de barrar o lançamento

Os partidos PSB, Podemos e Rede Sustentabilidade foram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar o lançamento com o argumento de que seria inconstitucional. Para as legendas, o lançamento da nota tem “grave vício de motivação” e pode facilitar a “atuação da criminalidade”.

“O Banco Central não apresentou nenhum estudo ou documento estruturado que trouxesse de forma aprofundada as razões e implicações da medida”, defendem os partidos. “O único arquivo disponibilizado para embasar a decisão foi uma singela apresentação de slides utilizada antes de entrevista coletiva concedida pela Diretora de Administração da autarquia”.

Os dados do BC mostram que, de fato, houve uma elevação do dinheiro em circulação durante a pandemia. No fim de fevereiro – antes do acirramento da crise provocada pela covid-19 – a base monetária somava R$ 303,197 bilhões. Em 14 de agosto, ela já estava em R$ 419,258 bilhões.

O anúncio também foi criticado por alguns setores de Brasília. A visão é de que uma nota com maior valor vai facilitar a corrupção e a lavagem de dinheiro. “A própria apresentação gráfica do Banco Central aponta a ressalva de que a União Europeia está fazendo o caminho inverso, tirando de circulação sua cédula de maior valor de face, de € 500 (quinhentos euros), que não é mais emitida desde 27.04.2019”, argumentam os partidos na arguição de descumprimento de preceito fundamental.

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