Homem mantém companheira em cárcere para ‘picá-la’ e ‘saciar sede de sangue’

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Episódios de tortura psicológica e agressão tornaram-se rotina para uma mulher, 23, que há três meses era mantida em cárcere privado pelo próprio companheiro, 28, em uma área de sítio no município de Campo Florido, na região do Triângulo Mineiro. O homem acabou detido nessa segunda-feira (9), depois que a mulher conseguiu encaminhar fotos de seus ferimentos para uma amiga através de mensagens e esta, então, acionou a Polícia Militar (PM).

O suspeito não negou a violência, e disse aos militares que já agrediu a mulher e que mantinha em casa, sem licença, uma arma de fogo. À polícia, a mulher contou que corre na Justiça o julgamento do companheiro suspeito de cometer um homicídio no município de Conceição das Alagoas – segundo ela, ele também teria ateado fogo a uma travesti e a matado em seguida. Quanto o histórico de violência do namorado, ela ainda alegou que ele dizia com frequência que iria picá-la em pedaços, e depois os mandaria à família dela em Pernambuco.

O relacionamento entre os dois tornou-se violento há cerca de três meses, quando eles deixaram o Nordeste, onde se conheceram, para morar em Minas Gerais. À época, ele a convenceu a mudar-se para Campo Florido com a justificativa de que teriam que cuidar da mãe dele. Quando chegou ao município mineiro ela descobriu imediatamente que ele retornou porque mantinha pendências com a Justiça de Minas Gerais em função de uma suspeita de homicídio contra ele.

O homem chegou a ser detido logo que chegaram, mas foi solto no mês de agosto e a companheira decidiu dar uma chance a ele. Logo no mês em que a Justiça permitiu a saída dele, a mulher deu à luz a filha do casal, uma bebê hoje com três meses. Entretanto, a relação, segundo ela, mudou completamente após a prisão do homem e, quando retornou para casa, o suspeito passou a impedi-la de sair do sítio e de manter contato com outras pessoas.

Ela relatou que a situação piorou há cerca de uma semana quando o namorado a espancou, tendo também arranhado seu rosto e cortado seu cabelo com uma faca. Em sequência, ele teria dito inúmeras vezes nos dias seguintes que “para ele, matar era muito fácil”e que “não sentiria nenhum tipo de arrependimento”. Em um momento de distração, ela conseguiu fotografar os hematomas provocados e encaminhou à amiga, que chamou a polícia. Entretanto, o suspeito descobriu e excluiu todos os perfis dela nas redes sociais – quando aconteceu a descoberta, ele ainda tentou enforcá-la, mas não conseguiu.

Fora as agressões físicas, o homem também teria torturado psicologicamente a mulher. Em seu depoimento, ela disse à Polícia Militar que ele dizia que iria levar outras mulheres para o sítio da família e manteria com elas relações sexuais bem na frente da companheira. Ele também teria alegado que matou uma travesti e colocou fogo nela enquanto estava viva – o suspeito teria dito a ela que o corpo desta mulher foi escondido. Não bastasse, ele insistia que iria matá-la porque tinha “sede de sangue” e que iria picá-la em pedaços, mandando-os depois para a família dela.

À polícia, o suspeito alegou que cortou, sim, o cabelo da mulher em um momento de raiva, mas disse que a levou depois em um salão para consertar o estrago. Ele se defendeu afirmando que a companheira tem “cabeça fraca” e usa medicamentos controlados. Após a confirmação da denúncia pela companheira, o suspeito ficou extremamente irritado e, segundo a ocorrência policial, foi necessário algemá-lo. Militares recolheram a arma de fogo escondida no imóvel e munições. A amiga que acionou a polícia apresentou todas as imagens com as lesões sofridas pela vítima. A mulher recebeu atendimento médico, e o Conselho Tutelar acompanha o caso.

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