Pix pode ficar fora do ar com greve de servidores do Banco Central

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Com falta de perspectiva de reajuste salarial e sem resposta do governo para acordo, servidores do BC entrarão em greve geral a partir da próxima sexta-feira (1º)

A greve geral dos servidores do Banco Central, que vai começar na próxima sexta-feira (1º) por tempo indeterminado, pode deixar o Pix fora do ar. O serviço transfere dinheiro entre bancos de forma instantânea e gratuita, sem pausas às madrugadas, finais de semana e feriados.

O presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad, afirmou que, com a adesão majoritária dos servidores à paralisação, os servidores operam os serviços terão funcionamento prejudicado.

Além das transferências, outros processos relacionados ao Pix serão afetados, como a manutenção para evitar invasões hackers, atendimento de respostas ao público sobre o serviço e para solucionar dúvidas e contatos diretos com bancos.

“Ou seja, o sistema do Pix vai sofrer um aumento do risco operacional porque esse monitoramento não vai ser feito, e o atendimento ao público e o atendimento aos bancos para dar resposta sobre a questão do Pix, alguma manutenção do sistema, tudo isso vai estar parado. Vai deixar mais risco para o sistema e em alguns momentos, ele vai ter que parar, porque não vai dar conta”, explicou Faiad.

Outros serviços também serão atingidos, como a divulgação de relatórios com índices econômicos. Um dos exemplos é o Boletim Focus, que traz uma análise sobre as expectativas do mercado financeiro toda segunda-feira. Está é pelo menos a segunda semana que documento tem sido divulgado com atraso.

Por meio de nota, o Banco Central informou que “tem planos de contingência para manter o funcionamento dos sistemas críticos para a população, os mercados e as operações das instituições reguladas, tais como STR, Pix, Selic, entre outros”.

A autoridade monetária acrescentou que “reconhece o direito dos servidores de promoverem manifestações organizadas” e “confia na histórica dedicação, qualidade e responsabilidade dos servidores e de seu compromisso com a instituição e com a sociedade”.

Enquanto a greve geral não começa, os servidores têm feito paralisações diárias entre 14h e 18h e começaram um movimento de renúncia a cargos de comissões que atuam em funções de gerências e assessoramento. A entrega dos cargos começou na segunda-feira (28) e já contou com 300 renúncias. O objetivo é ampliar para 500 saídas, de um total mil cargos comissionados.

O objetivo é pressionar o governo federal a ampliar o reajuste salarial do funcionalismo público. Isso porque o Orçamento de 2022 reservou R$ 1,9 bilhão para aumentos salariais, mas o presidente Jair Bolsonaro (PL) já afirmou que pretende beneficiar apenas categorias policiais.

Além do reajuste salarial, os servidores do Banco Central cobram, também, uma reestruturação de carreiras de analistas e técnicos, em que afirmam não haver impacto financeiro.

O Sinal exige, ainda, uma reunião com um ministro do governo Bolsonaro para negociar um acordo. No último sábado (26), houve uma reunião virtual com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que o sindicato classificou como um “fiasco” pela ausência de propostas.

“Infelizmente, o governo não quis negociar e, por isso, os servidores tomaram a atitude da greve. Esperamos que até o dia 1º de abril haja uma proposta ou uma mesa de negociação para a gente evitar um mal maior. Contudo, se isso não acontecer, a greve por indeterminado será forte, com adesão imediata de mais de 60% dos servidores, com tendência a aumentar”, completou Faiad.

A greve geral foi aprovada em assembleia com a participação de 1300 servidores ativos, de um total de 3400 da instituição. Dos presentes, 90% votaram a favor da paralisação.

Fonte: O TEMPO

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