Pandemia leva feira para os bairros; feirantes aprovam ideia

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Hélio Souza em 20/12/2020

A pandemia do novo Coronavirus trouxe diversas mudanças sociais, econômicas e trabalhistas para população. Com seu início ocorrido em março, na região de Capelinha diversas cidades fecharam praticamente tudo para tentar conter o avanço da doença.

Se era proibido aglomerar em lojas, não foi diferente nos mercados municipais onde funcionam as feiras livres dos municípios.

Em Capelinha, o Mercado Municipal, com a sua tradicional feira livre conhecida em todo o estado, foi lacrado e muitas famílias da agricultura familiar chegaram e entrar em desespero sem saber como se adaptar para vender seus produtos.

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Apesar das alternativas oferecidas pelo município de Capelinha como é o caso da Central da Feira (Site para cadastro de feirantes e venda de produtos) e outras ações, muitos feirantes que possuíam veículos começaram a andar pelas ruas das cidades na tentativa de vender ao menos parte de seus produtos já que a feira tradicional no mercado municipal não funcionava mais.

De lá para cá, aqui ou ali, surgiam em esquinas e em locais movimentados dos bairros da cidade alguns feirantes que expunham seus produtos para venda. E assim eles foram se multiplicando

O resultado dessa situação foi que muitas pessoas descobriram um novo jeito de vender produtos trazidos da área rural. Este é o caso da feirante Creuza de Fátima que disse à nossa reportagem que mesmo que o mercado volte a funcionar, não pretende abandonar o ponto de freira que conquistou durante essa pandemia na Avenida Topázio, próximo à esquina com Avenida Diamante, no Vista Alegre.

Há mais de 30 anos vendendo seus produtos todos os sábados no mercado municipal a produtora rural moradora da comunidade Fanado São Pedro afirma que a sua ida para o bairro Vista Alegre, além de conquistar novos clientes, trouxe muitas vantagens tanto para ela como para a população da região.

Creusa de Fátima, há 30 anos trabalha como feirante.

“Mesmo que a feira volte eu gostaria de permanecer com a minha banca aqui no bairro, pois é um espaço onde posso atender uma clientela que não ia a feira no mercado municipal e já se acostumou em comprar nossos produtos”, diz ela que também compartilha o espaço com quase outras 10 barracas formadas por feirantes de comunidades rurais.

A cerca de 1,5 km de Creusa, está a dona Edinilza Cordeiro, mais conhecida como “Preta”, que que descobriu que é possível vender seus produtos na esquina da Rua Belo Horizonte e a Rua Tamboril no Maria Lúcia local de grande movimentação de pessoas e de veículos.

Preta conta que chegou a vender no mercado municipal após sua abertura parcial, mas as vendas não iam bem.

Há 20 anos também trabalhando como feirante, Preta enfatiza que no bairro Maria Lúcia conseguiu muitos clientes que vem sendo fidelizados a cada sábado em que ela chega e expõe seus produtos.

“A vantagem aqui no bairro para mim é que tenho mais espaço para expor meus produtos. Os clientes têm gostado desse novo jeito da feira pois evitam carregar sacolas pesadas”, conta a produtora rural moradora da comunidade de Rio vermelho.

Feira no Maria Lúcia – Feirantes dividem espaços das calçadas.

Ainda segundo ela, muitas pessoas idosas que não iam na feira do mercado tem aproveitado esse momento para comprar seus produtos.

Do outro lado da cidade, a moradora do da comunidade do maracujá Rosilene também concorda com opinião de Creuza e Preta e diz que sua intenção é continuar trabalhando na Avenida Tancredo Neves, no bairro Piedade.

“Tem sido positivo tanto para nós como para os clientes. Aqui eu consigo vender meus produtos com tranquilidade e obter até mais lucro em relação à quando vendia no mercado municipal “.

Feira no Bairro Piedade

Em conversa com o Secretário de Agricultura, Sidemir Valério, o mesmo informou que vem acompanhando com muita atenção a feira nos bairros. ele, a intenção é fazer em breve um cadastro desses feirantes e buscar organizá-los.

“Estamos buscando junto a Emater um número de “Kits de Feira Livre ( tenda com banca e avental) com a intenção de distribuí-los para melhorar a estrutura e funcionamento das feiras nos bairros”, enfatiza o Secretário.

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