Morte por varíola dos macacos no Brasil é a primeira fora da África no atual surto, apontam dados da OMS

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Caso foi em Minas Gerais. O paciente, um homem de 41 anos com graves problemas de imunidade, estava internado no Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte, e morreu na quinta-feira (28).

A morte de um homem de 41 anos no Brasil, vítima da varíola dos macacos, é a primeira fora da África registrada no atual surto da doença, de acordo com os dados mais recentes disponíveis em relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O documento da OMS compila dados dos casos e de mortes notificados até 22 de julho e foi publicado na segunda-feira (25). Ao longo desta semana não houve óbitos divulgados na Europa ou em outros países.

Por isso, a morte ocorrida em Minas Gerais é atualmente considerada a sexta no mundo desde que o atual surto foi verificado. Horas depois da confirmação no Brasil, a sétima morte no mundo foi declarada na Espanha, a primeira na Europa. Antes dos desfechos no Brasil e na Espanha, três mortes já tinham sido verificadas na Nigéria e outras duas na República da África Central.

Os 10 países com mais casos notificados:

  • Espanha – 3125
  • Estados Unidos – 2316
  • Alemanha – 2268
  • Reino Unido – 2137
  • França – 1453
  • Países Baixos – 712
  • Canadá – 615
  • Brasil – 592
  • Portugal – 588
  • Itália – 374

Perfil do paciente brasileiro

A vítima brasileira tinha graves problemas de imunidade, e estava internado no Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte. Ele morreu na quinta-feira (28).

O secretário de estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, disse que o paciente que não resistiu estava em tratamento oncológico (linfoma) e era imunossuprimido.

“É importante destacar que ele tinha comorbidades importantes e graves, severas, para que não leve a um grande alvoroço na população, achando que a letalidade é alta. A letalidade continua sendo muito baixa”, afirmou o secretário.

Nesta semana, a cidade de São Paulo confirmou os primeiros casos da doença em crianças.

A varíola dos macacos é transmitida de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. (Veja mais detalhes sobre a transmissão).

A doença geralmente se resolve sozinha (é autolimitada) e os sintomas costumam durar de 2 a 4 semanas. Casos graves podem ocorrer, mas a varíola dos macacos é bem menos letal que a varíola humana, erradicada em 1980.

Varíola dos macacos: saiba quais são os primeiros sintomas e como prevenir a doença

Nos últimos tempos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa de letalidade da varíola dos macacos foi de cerca de 3% a 6%; para a varíola humana maior, esse percentual chegava a 30%.

A doença ainda não tem uma vacina específica, mas três vacinas já existentes contra a varíola humana podem ser usadas para proteger contra a varíola dos macacos. Alguns países já estão aplicando uma delas, mas ainda não há previsão de chegada no Brasil.

Casos no Brasil

Até esta quarta-feira (27), o Brasil tinha 978 casos confirmados de varíola dos macacos, em 15 estados e no Distrito Federal

Varíola dos macacos: veja o que se sabe sobre a vacinação

  • São Paulo (744)
  • Rio de Janeiro (117)
  • Minas Gerais (44)
  • Paraná (19)
  • Distrito Federal (15)
  • Goiás (13)
  • Bahia (5)
  • Ceará (4)
  • Santa Catarina (4)
  • Rio Grande do Sul (3)
  • Pernambuco (3)
  • Rio Grande do Norte (2)
  • Espírito Santo (2)
  • Tocantins (1)
  • Mato Grosso do Sul (1)
  • Acre (1)

Os números podem variar em relação aos das Secretarias Estaduais de Saúde por causa do tempo de notificação ao ministério.

Inicialmente, o Ministério da Saúde havia informado que o paciente que morreu nesta semana era de Uberlândia (MG). Depois, entretanto, o governo de Minas Gerais afirmou que o homem era de Pará de Minas (MG), município a cerca de 80km de Belo Horizonte.

Emergência de saúde global

No sábado (23), a varíola dos macacos foi declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma “emergência de saúde global“.

A decisão pode levar a um maior investimento no tratamento da doença e avançar na luta por vacinas, que estão em falta. Na prática, o estado de emergência obriga agências sanitárias pelo mundo a aumentar medidas preventivas.

Atualmente, só há outras duas emergências de saúde deste tipo: a pandemia do coronavírus e o esforço contínuo para erradicar a poliomielite.

Mais de 18 mil casos e 5 mortes pela doença já foram relatados à organização, em 78 países. Mais de de 70% das infecções vêm da Europa e 25%, das Américas.

FONTE: G1

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