Hemominas entra em alerta com baixo estoque de sangue no período de final de ano

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Os tipos sanguíneos O+, O- e B- estão em estado crítico; número de acidentes aumenta no final de ano e exige maior quantidade de sangue.

O estoque em nível crítico para três tipos de sangue (O+, O- e B-) acendeu o alerta no Hemocentro de Belo Horizonte. É que a proximidade do fim de ano, período com maior quantidade de viagens e festas, tende a aumentar o número de acidentes e, com isso, o estoque não consegue atender a demanda.

De acordo com o analista da Assessoria de Captação da Fundação Hemominas, Thiago Sindeaux, algumas ações foram intensificadas para aumentar o estoque de sangue. “São ações de captação, como palestras informativas, realização de coletas externas (…), parceria com grupos e caravanas de doadores, bem como ações diversas de divulgação da doação”, explicou.

Para o analista, é importante que as pessoas se sensibilizem com a causa e participem das campanhas de doação. “Sangue é um “remédio” insubstituível: não se fabrica, não se compra, não se vende. Dependemos, exclusivamente, da solidariedade das pessoas que comparecem aos Hemocentros, envolvidos pelo altruísmo, e doam sangue. É a solidariedade que salva vidas”, alertou.

Além dos tipos sanguíneos O+, O- e B- em estado crítico, os estoques de A+, A- e B- estão em estado de alerta, os de B+ e AB- adequados e o AB+ estável. O levantamento considera o material disponível até essa quarta-feira (16). “O mais importante é reforçar com a população que todos precisam se conscientizar sobre a importância da doação de sangue e que sejam doadores regulares. A fidelização dos doadores, que transforma a doação de sangue em um hábito, é o ponto principal na manutenção dos estoques e garantia de atendimento adequado a quem precisa de sangue para viver”, ponderou o analista.

Um dos motivos que justifica o baixo estoque, segundo a Fundação Hemominas, é a pandemia da Covid-19. Isso devido aos critérios estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e também pelo Ministério da Saúde, órgãos responsáveis pela legislação nacional de hemoterapia. Conforme determinação, os candidatos à doação que foram infectados pelo coronavírus ficam inaptos pelo período de 30 dias. Já aqueles que tiveram contato com pessoas que contraíram a doença devem esperar por 14 dias para poder doar sangue.

De acordo com Thiago Sindeaux, além da pandemia, outros fatores também influenciaram para o baixo estoque. “Surtos de gripe e de dengue, mudanças climáticas, campanhas de vacinação, feriados prolongados, férias escolares e até mesmo eventos esporádicos, como a Copa do Mundo de futebol, por exemplo, afetam o comparecimento dos doadores nas unidades o que acaba reduzindo o estoque de sangue”, explicou.

Onde doar?

A coleta de sangue é feita nos Hemocentros, em várias cidades de Minas Gerais. Em Belo Horizonte, o funcionamento é de segunda a sexta-feira, de 7h às 18h, e aos sábados, de 7h às 13h, com a entrada de doadores até às 12h. É importante destacar que em cada doação o máximo de sangue retirado é de 450 ml. Homens podem doar, no máximo, quatro vezes ao ano, com intervalo de dois meses. Para mulheres, o intervalo é de três meses, com no máximo três doações anuais.

Quem pode doar sangue?

Ter idade entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos devem possuir consentimento formal do responsável legal); pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos.

Apresentar documento de identificação com foto emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Carteira Nacional de Habilitação, Carteira de Trabalho, Passaporte, Registro Nacional de Estrangeiro, Certificado de Reservista e Carteira Profissional emitida por classe), serão aceitos documentos digitais com foto.

Pesar no mínimo 50 kg.

Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas.

Estar alimentado. Evitar alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação de sangue. Caso seja após o almoço, aguardar 2 horas.

Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos.

A frequência máxima é de quatro doações de sangue anuais para o homem e de três doações de sangue anuais para as mulher.

O intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

Quais são os impedimentos temporários para doar sangue?

Gripe, resfriado e febre: aguardar 7 dias após o desaparecimento dos sintomas;

Período gestacional;

Período pós-gravidez: 90 dias para parto normal e 180 dias para cesariana;

Amamentação: até 12 meses após o parto;

Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação;

Tatuagem e/ou piercing nos últimos 12 meses (piercing em cavidade oral ou região genital impedem a doação);

Extração dentária: 72 horas;

Apendicite, hérnia, amigdalectomia, varizes: 3 meses;

Colecistectomia, histerectomia, nefrectomia, redução de fraturas, politraumatismos sem seqüelas graves, tireoidectomia, colectomia: 6 meses;

Transfusão de sangue: 1 ano;

Vacinação: o tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina;

Exames/procedimentos com utilização de endoscópio nos últimos 6 meses;

Ter sido exposto a situações de risco acrescido para infecções sexualmente transmissíveis (aguardar 12 meses após a exposição).

Quais são os impedimentos definitivos para doar sangue?

Ter passado por um quadro de hepatite após os 11 anos de idade;

Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas ao vírus HTLV I e II e Doenças de Chagas;

Uso de drogas ilícitas injetáveis;

Malária

Fonte: O TEMPO

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