Transar no primeiro encontro pode aumentar chances de relação duradoura

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Especialistas reforçam que é preciso precauções para se evitarem frustrações e expectativas

Não tem jeito. Para entrar em uma saia justa no primeiro encontro basta estar vivo. E quando o date rende “algo mais”, o que não faltam são histórias constrangedoras. É uma dor de barriga inesperada, gases que saíram na hora errada, o vexame da ressaca que resolve aparecer bem na hora H. Os casos são vários. O que consola é que, se a química não bater, pelo menos você terá boas histórias para contar na mesa do bar entre os amigos.

Mas, calma, não queremos te desanimar. Se você está em dúvida sobre transar ou não no primeiro encontro porque a química perfeita não aconteceu de imediato, saiba que pesquisas mostram que esse tabu precisa ficar no passado. 

De acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos, o desejo sexual desempenha um importante papel na formação de laços entre possíveis parceiros. Pesquisa realizada pela Universidade de Rochester, em Nova York, apontou que o sexo no primeiro encontro provoca conexões emocionais e ligações neurológicas, servindo como encorajamento para o início de uma relação duradoura. 

Para a sexóloga Katiuscia Leão, a autonomia de escolher o sexo no primeiro encontro abre possibilidades para se repensar quais parceiros são bons para você e quais são suas verdadeiras vontades. “Os homens não estão acostumados a lidar com mulheres poderosas, isso é um fato. Eles aprenderam que podem sair transando com todo mundo, mas as mulheres não podem se permitir ter o controle da situação. Mas não tem regra, o sexo vai ser bom se te der prazer. É a oportunidade da mulher, e até do homem, de ter autonomia, de escolher o que quer”, avalia. 

Provando que a sedução não é e nunca será uma ciência exata, o que não faltam são casos para a jornalista Júlia*, 25. A goiana conheceu seu último namorado na pior situação possível. Na última Copa do Mundo, em 2018, no dia em que a Bélgica eliminou o Brasil, Júlia saiu com os amigos para esquecer a tristeza. “Não sei como, mas fui parar em uma festa LGBT sem saber. Lá, fiquei com os dois héteros que estavam lá, o meu ex e o amigo dele”, conta. 

A jornalista lembra que os beijos com o amigo do ex não duraram muitos minutos, mas a química com o antigo namorado foi tão grande que eles só foram se separar um ano depois. “Transamos no primeiro dia que nos conhecemos já. Quando é para duas pessoas ficarem juntas, não importa se vai ter sexo ou como será o primeiro encontro. Acho que essa discussão de transar ou não no primeiro encontro é algo antiquado, que não cabe mais no mundo atual”, opina. 

O relacionamento entre Júlia e o ex acabou não dando certo, mas por outros motivos. Solteira desde então, a goiana coleciona histórias também sobre sexo no primeiro encontro. “Emendei alguns namoros, então depois só queria conhecer outras pessoas. Nessa jornada você encontra de tudo, desde o cara que tira a camisinha no meio da relação sexual e mente o nome com medo de você procurá-lo depois, passando por acordar com a pessoa do lado e só querer que ela vá embora, até momentos que são bons, mesmo durando só uma noite. Mas sou da teoria de que, se for ruim, não precisa repetir”, brinca.

“Alguns caras até acham estranho eu andar com camisinha, o que demonstra um machismo e também que não precisa ter um segundo date”, assegura. 

Mas, se mesmo com todos esses relatos a dúvida surgir, a orientação da terapeuta de casal Cida Lopes é que se faça só o que sentir segurança. A educadora sexual explica ainda que é preciso dar uma segurada nas expectativas. “Não tem regra, mas se transou a primeira vez ou transou sem vínculo, não espere que o outro te mande flores. Não ache também que, se ele não te procurou, é porque não foi bom. Cada um faz o que quiser. Para ter a autonomia de escolher o que quer é preciso que não se tenha expectativas”, destaca. 

*Nome fictício

Deu ruim! E agora?
Se a química não bateu de primeira, não é motivo para desistir ou se preocupar. Para a sexóloga Danni Cardillo, o sexo na primeira tentativa está longe de ser termômetro de uma relação. Nem toda transa vai ser épica e inesquecível.

Segundo a especialista, é preciso levar em conta que, tanto para os homens quanto para as mulheres, o sexo no primeiro encontro está cercado de inseguranças. “Nem sempre o encaixe vai se dar de primeira – pelo contrário. Sexo é uma construção e, à medida que vai se tendo intimidade, melhora. Na primeira vez, você não sabe falar muito bem o que quer, não sabe o que o outro gosta, há também as inseguranças, a mulher com o seu corpo e o homem com medo de brochar”, explica. 

Mas a dica de ouro para Cida Lopes é: se não der certo, não tem problema. O próximo está por vir. O importante é estar aberta a novas possibilidades e experiências. “Isso tem que deixar de ser uma questão moralista. Se permita realizar os seus desejos e se conhecer”, pontua. 

Famosas
Rafaella Santos, 24, que ficou famosa por ser irmã do jogador Neymar, garantiu que é “super de boa transar no primeiro encontro”. A atriz e apresentadora Adriane Galisteu, 47, também não vê problemas com o assunto. “Fui uma menina criada cheia de ‘não’. Minha mãe falava: ‘Pega fora do bairro, porque fama é fácil de pegar e difícil de sair’. Mas para mim você dá para quem você quiser, na hora que você quiser, desde que você não faça mal a ninguém. Se tem uma praga que volta é a do amor”, afirmou em um vídeo gravado para o seu canal no YouTube.

Dicas
Escolha bem onde e com quem
Se os dois estiverem com vontade, tudo está permitido, mas é preciso ficar atento sobre quem é aquela pessoa. Vale dar aquela stalkeada nas redes sociais e contar aos amigos aonde vai. Ah, evite lugares em segredo ou proibidos para se encontrarem na primeira vez. O ideal é ir a algum lugar movimentado. 

Camisinha, sempre!
Sexo sem proteção não se faz nem com quem você já conhece. A camisinha é o único método contraceptivo que evita a infecção de doenças sexualmente transmissíveis.

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