Em MG, 346 mil domicílios viveram apenas com auxílio emergencial em agosto

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Cerca de 346 mil domicílios mineiros sobreviveram em agosto apenas com a renda do auxílio emergencial de R$ 600 pago pelo governo, de acordo com estudo divulgado nesta terça-feira (29) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O número corresponde a 4,79% do total de domicílios no Estado. No país, aproximadamente 4,25 milhões de domicílios, o que equivale a 6,2% do total, passaram o mês sob as mesmas condições.

A proporção de domicílios dependentes exclusivamente do auxílio é maior no Nordeste, principalmente no Piauí (13,75%) e na Bahia (13,61%). Na outra ponta, está Santa Catarina, onde 1,68% dos domicílios viveram apenas com o recurso emergencial em agosto.PUBLICIDADE

Segundo o autor da pesquisa, Sandro Sacchet, o nível de domicílios que sobrevivem apenas com o dinheiro do auxílio tem se mantido estável nos últimos três meses. A situação é preocupante, uma vez que, já a partir deste mês, o valor cai para R$ 300. Além disso, o recurso será pago até dezembro.

“São domicílios em que a maior parte das pessoas perderam a ocupação durante a pandemia e não retornaram ao mercado de trabalho ainda, aqueles que têm procurado emprego têm tido muita dificuldade. O principal problema no mercado de trabalho hoje é essa lenta recuperação da ocupação. O nível de ocupação tem crescido muito devagar e ainda é muito distante do que era antes da pandemia”, afirmou Sacchet. Na primeira semana de setembro, a taxa de desocupação ficou em 13,7% no Brasil, conforme dados do IBGE.

“Algumas estimativas mostram que a taxa de desemprego no final do ano pode alcançar 17% ou até mais do que isso, justamente por causa desse movimento. À medida que o auxílio vai diminuindo ou deixando de ser pago, esses domicílios que estão na inatividade e não estão procurando emprego, também porque não há muita oferta de vagas disponível, necessariamente vão voltar a procurar. Se o mercado não reagir e aumentar a oferta, vamos observar um aumento da taxa de desemprego”, completa o pesquisador.

Segundo o estudo do Ipea, com o auxílio, os rendimentos dos domicílios de renda baixa atingiram 132% do que seriam com as rendas habituais. Em uma simulação de redução do recurso pela metade, como vai ocorrer a partir deste mês, a renda domiciliar média cairia quase 20% entre os domicílios de renda muito baixa. Mas, mesmo com o valor menor, os rendimentos domiciliares das famílias de renda muito baixa ainda seriam ainda 6% maior do que os habituais.

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